sexta-feira, 13 de maio de 2011

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Como assim?!

Esse post é ((praticamente)) uma resposta a conversa que estava tendo no MSN com uma nova amiga que encontrei no orkut, ela me fez uma fantastica pergunta...
_ Cary, você é lésbica??
((pensei por uns segundos, lésbicas odeiam meninas bi))
_ Bem FULANA, sou bi.
((mentir pra que?!))
_ Sempre foi?
((hã, como assim?!))

Sempre fui?!?! Sei lá, antes achava que não, hoje olhando melhor pra dentro de mim tenho quase certeza de que sim.
Passei minha vida num colégio católico, lá fiz Primeira Comunhão, Crisma e participava das missas as sextas-feiras, e minha família em sua maioria é católica fervorosa. Durante minha adolescência vi todas as minhas amigas apaixonadinhas por "meninos" e nunca havia conhecido nenhuma menina lésbica ((creio eu até então)), me apaixonei por um carinha ((que outro dia por acaso encontrei numa festinha meio "suspeitosa", bola pra frente)), com esse nunca tive nenhum tipo de relação foi só uma frescurinha, mas também foi observando ele que conheci uma menina, nossa que linda ela era, nada do tipo "gostosona" ela tinha algo que eu achava lindo e que na época não percebia. O jeito dela falar, mexer no cabelo e dos meninos respeitarem ela, tudo na Raquel* me chamava atenção, eu queria ser como ela!! Ok, superado isso, bola pra frente...
Comecei um namoro que durou 5 anos ((minha história é cheia de namoros longos, não gosto de estar ficando sem sentimento só por ter alguém pra beijar)), durante esse tempo não me sentia tão relaxada, faltava algo que não sabia explicar, tivemos inumeras brigas porque ele reclamava que eu preferia mais sair com as minhas amigas do que em companhia dele, pior que era verdade, adorava estar entre as meninas e rindo, trocando carinhos e cumplicidades. Terminamos quando eu já estava na faculdade, lá um mundo novo se abriu. Conheci a primeira menina lésbica e nós ficamos amigas com facilidade, entendia o que ela sentia e não ficava julgando se deveria ou não buscar uma saída pra tudo aquilo. Um dia então ela falou que havia surgido um interesse por mim e minha cabeça entrou em parafuso, passei noites sem dormir e quando ficavamos juntas tentava evitar ao máximo qualquer proximidade física, antes porém nós trocavamos carinhos, chegamos até a dormir juntas um dia que estudamos até tarde na casa dela. Então o inevitável aconteceu, um dia numa festa ela me puxou num canto e me beijou, foi o beijo mais entregue que já havia dado. Se era pra ser ligeiro, típico dos beijos roubados, eu tinha perdido a noção do tempo e depois o gostinho de quero mais ficou na minha boca remoendo meus pensamentos.
Apesar do desejo de viver aquilo novamente, eu não conseguia me imaginar "namorando" uma mulher, afinal o que diriam os meus pais e todos os sonhos que eu mesma tinha sonhado pra mim?? Nós conversamos depois de umas semanas e concluímos que seria melhor continuar como amizade, mas infelizmente nada foi como antes e acabamos nos distanciando.
Um ano antes de me formar me casei e tive um filho ((que é um presente de Deus)), nós éramos amigos como nunca havia sido de nenhum outro homem que me envolvi, ele me conhecia perfeitamente e sabia de cada passo que havia dado incluindo a situação com minha amiga de faculdade. Nesse ponto nossa relação foi maravilhosa, ele me respeitava e não ficava com segundas intenções básicas de homem ((exemplo: vamos trazer outra mulher pra cama)). Porém nosso casamento não resistiu aos problemas do dia-a-dia, a rotina de um casamento é bem diferente de um namoro e ele não suportava as limitações que um filho pequeno traria a nossa vida, isso foi afastando e culminou com a descoberta de um orkut fake do qual nunca aceitei a justificativa. Separamos...
Então agora me encontrava formada, num trabalho estável, mãe e confusa. Havia conhecido uma mulher na internet e sabia que era lésbica desde o início, a cumplicidade foi enorme desde o início e ela participou de toda a minha luta na separação. Resolvi que devia apostar nisso, não nela, na verdade apostar em mim e no meu desejo de encontrar alguém que me completasse e compartilhasse toda a minha vida. Ficamos 2 anos juntas, assumi nossa relação para a minha família e ao lado dela conversamos diversas vezes com meu filho para que ele podesse receber a informação da maneira mais correta e que não lhe causasse nenhuma dúvida.
Infelizmente nós terminamos a alguns meses, infelizmente porque ninguém entra numa relação pensando que não vai durar para sempre ((pelo menos eu penso assim)).
Não posso me definir somente meninos ou somente meninas, gosto de uma boa companhia, de rir junto, viajar, dormir abraçadinho, andar de mão dadas, de aconchego numa crise de TPM, de ser protegida e de proteger... isso independe do sexo, basta que a outra pessoa tenha disponibilidade de entrega e queira viver isso também.

Teste de paciência

Conviver é uma tarefa que exige muita paciência e mais ainda quando se convive duas pessoas que já esperimentaram uma relação tão próxima quanto nós duas. Seis meses de namoro e dois anos de "união estável", agora estamos nos preparando para a separação e cada dia que passa um novo sentimento surge ou se fortalece entre nós duas, o que me entristece é que são sentimentos que adoraria nunca saborea-los com ela. Nunca imaginei olhar para aquele par de olhos que refletia tanto amor e hoje carregados de tanta tristeza, ou mesmo vê-la sair de casa e pensar "ufa, agora estou livre".
Outro dia li uma frase que dizia mais ou menos assim: "Não tire ninguém da sua vida, apenas aprenda a reorganiza-los dentro das suas prioridades." Bem, desejo isso para nós duas, que a separação se dê de maneira tranquila, porque ainda temos dois meses de convivência ((no mínimo)) e se não aprendermos a compartilhar da companhia de uma maneira mais sádia tudo se transformará num tormento insulportável do qual teremos que conviver independente dos sentimentos ruins.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Inferno astral

Eu desisto, entrego de vez toda a minha esperança para que algo entre nós duas possa mudar. Voltamos da viagem no domingo e nem durou 24hs o clima de felicidade. Não suporto mais viver meus dias ao lado de alguém que está sempre se esforçando pra dar o pior de si, como posso acreditar que ELA quer realmente mudar se a ladainha é sempre as mesmas?! Chega de tanta queixa, tanta reclamação, não é possível que uma pessoa consiga ver numa mesma imagem onde todas as outras percebem felicidade, momentos prazerosos e divertidos, somente ironia, pessimismo e mentiras.
Estamos todos os dias andando em círculos e parece que ELA não percebe que isso não nos tira do lugar. Se quer ficar brincando de fantasiar um mundo onde não precisa fazer esforço e tudo dará certo assim mesmo ou onde um amor não precisa ser regado por ambos e basta apenas que o outro aguarde o momento dela desejar viver uma relação de carinho, que seja assim, para ELA porque não é assim pra mim. Não sei viver num mundo de sonhos se não estiver todos os dias alimentando para que se transforme em realidade, não aceito mais as crises de frustrações dELA de que algum projeto não saiu como esperava se não vi ela batalhando por isso, chega de passar a mão na cabecinha e ficar se lamentando.
Passamos quatro dias pisando em ovos para não chatear a "princesa", meu irmão e minha cunhada completamente sem compreender porque qualquer coisa tirava ela do sério ainda tendo que assistir a crise de uma mulher de quarenta anos falando que se não fosse como ela queria iria voltar pra casa... O que é isso?
Achei que indo para um lugar sem lembranças ruins nós poderíamos esquecer um pouco toda a tristeza que vem sendo a companheira da nossa relação, acreditei de verdade nisso. Lógico que foi uma bobagem sem tamanho, ELA é bem diferente de mim nesse quesito, enquanto alguém faz qualquer coisa de ruim para mim e basta um olhar mais doce estou anulando todos os problemas e voltando ao ponto antes da briga, ELA não sabe esquecer qualquer discussão pelo contrário, deleta arquivos importantes pra ter espaço para mais uma lembracinha ruim que seja. Me surpreendi com essa personalidade dELA, a dois anos atrás quando nos conhecemos ela parecia ser a mulher mais confiante que conheci, quando conversávamos sobre situações do passado ELA relatava momentos difíceis com algumas exs mas depois era de uma maturidade linda ao descrever que já havia passado e que o sentimento de querer bem existia sob um novo olhar... Na real nunca vi isso acontecer, sempre cobrou situações de anos ou meses atrás, não aceitava qualquer opinião minha a respeito da nossa dificuldade e exigia de mim posturas que não são traços meus. Fui cobrada por comportamentos ou situações semelhantes que havia vivido em são paulo, brasília, rio de janeiro... como se colecionasse experiências e nada poderia se repetir, mas não compartilhando os resultados ou dividindo aprendizado. Tentei fazer o que sabia fazer, cuidei no momento que estava frágil mas não é justo que esse momento dure uma eternidade e principalmente que só tenha força para levantar e fazer algo que seja divertido pra si, quantas vezes cheguei do trabalho e ela estava no computador jogando second life e toda as roupas dela ainda na mala, o material de trabalho encaixotado e eu tentando anima-la para desmontarmos tudo juntas enquanto desligava o pc e corria para a cama reclamando de dores?!
Cada uma sabe o que precisou suportar nessa relação e o que valeu ou não a pena... Só espero que ELA saiba onde realmente senti que poderia ter um outro comportamento, que não fique mais uma vez camuflando a realidade e criando uma saída baseada em fatos irreais pra justificar mais um relacionamento que não deu certo. Não aceito ser mais uma foto nos arquivos de exs dELA que guarda com tanta devoção, fotos de momentos que ELA diz que precisa lembrar e por isso não se desfaz quando na verdade não consegue é focar seu ponto na situação presente e dedica energia a resolver dores do passado.

terça-feira, 12 de abril de 2011

pura reflexão...

"Queria que você cuida-se de mim como uma companheira, não como mãe. Isso é brochante" Essa foi a frase que ELA me disse hoje, pois bem, fazer o que quando a outra pessoa tem toda razão? Quando consigo parar e analisar os meus comportamentos durante esses 2 anos vejo que em boa parte do tempo fui protegendo ELA como a um bebê. Acolhi de todas as experiências difíceis que poderia lhe acontecer, fiz cobranças como se tivesse que orientá-la para a vida, quis que terminasse o curso, le-se mais, ficasse menos na internet, dormisse nos horários certos, lembra-se do remédio de diabetes... Enfim, exagerei!!!
Quando penso em tudo isso acho que no fundo eu é quem gostaria de ter alguém que cuidasse um pouco de mim e me fizesse dengos, me tratasse com esse cuidado meloso... Não faço por dominação, até porque não tenho pretensão de aprisionar ninguém, fiz ((ou faço)) porque me preocupo demais com os outros, sempre tive isso em mim. Quando me perguntam por que me afastei da maioria das amizades de adolescente a principal razão é essa, não sei qual a medida do cuidar. Do grupo de amigas sempre fui aquela que bastava a coisa apertar e surgia para apagar o incêndio, a que ficava ao lado ouvindo todas as mágoas, enxugando as lágrimas e tendo ((uma necessidade interna minha)) que descobrir como resolver os problemas alheios. Então para a minha saúde mental deixei tudo de lado e fui cuidar de mim, parei de socorrer feito ambulância, não atendia aos chamados e de repente os amigos sumiram. Por um tempo deprimi bastante, pois não esperava uma atitude dessas, mas depois acabei esquecendo como era viver cercada de gente e com mais um tempinho nasceu o FILHOTE e saciou o meu desejo de cuidar de alguém.
Ou seja, nunca aprendi a dosar isso em mim. Nas relações cuido, cuido e cuido até o momento em que me vejo cansada desse papel e quero pular fora. Daí a culpa da falência era porque a outra pessoa não tinha atitude, não se virava sozinho e sugava demais de mim... Ora bolas dona, mas será que não tem vergonha de fazer isso?? Até parece que é consciente assim!! Só me dei conta disso vivendo essa minha última relação, ELA com seu olhar analítico para os meus comportamentos foi me mostrando todas essas pequenas falhas ((modesta eu não??)).
Não sei quando nasceu em mim essa sensação de “super poder”, talvez da forma que meus pais tenham me educado, afinal filha mais velha então tinha que servir de exemplo e cuidar para que meus irmãos não se machucassem. Sei lá!! Sempre fui muito cobrada, não podia demonstrar fraqueza, desistir ou mesmo reclamar de algo.
Num outro post explico melhor porque essa cobrança tão chata deles comigo. Agora tenho que ir cuidar... da vida ((afffffff)).


sábado, 9 de abril de 2011

senta que lá vem....

Ainda bem que acabou o dia... As vezes parece que uma nuvem negra paira sobre nossa casa, tudo vai começando a desmoronar aos pouquinhos.
Acordamos teoricamente bem, FILHOTE já tinha levantado e ido assistir desenho na tv, normalmente ele só sente fome depois de pelo menos duas horas já acordado ((ele é uma criança complicadinha pra comer)), então ficamos na cama cochilando mais um pouquinho. Na hora de levantar brincadeiras, cócegas, risadas e muito carinho. Até que ((tchan tchan ran ran)) a net não funciona, ELA fica fula e descarrega a raiva em mim ((no poder da minha mente)) o mau humor começa a imperar pela casa, FILHOTE faz birra e começa a chorar, AUAU sobe no sofá e morde brinquedo, ELA discuti com a moça da velox e xinga todo mundo. Vira tudo um inferno e adeus final de semana em paz.
São esse detalhes que me fazem crer que a separação é o melhor pra nós duas, ELA está saturada de uma vida que não é a que tinha planejado pra si, cabe a mim compreender. Nem toda mulher quer filhos, cachorro, casa e problemas pra cuidar... Eu sou uma pessoa que carrega um pacote imenso ((diga-se de passagem)), qualquer pessoa que venha a relacionar-se comigo tem que pensar bastante na mudança que trará a sua rotina. Entendo quando ELA faz queixas do tipo "quero um tempo pra mim, quero ficar só", na verdade também adoraria as vezes, mas como fazer isso?? Quem irá preparar o almoço, limpar o xixi do cachorro, arrumar a bagunça da casa, fazer compras?? É simplesmente por isso que não julgo ELA e não estou contra a decisão de nos separarmos por mais que queira viver o resto de minha vida ao lado dELA, tenho plena consciência de que não tenho para oferecer aquilo que ELA está buscando pra si.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

A dor que não quer calar...

É incrível como uma separação dói, por mais que você compreenda e até mesmo em seu íntimo saiba que é a coisa certa a ser feita. Estou me sentindo sem chão. Depois de 2 anos juntas e de inúmeras discussões concluímos que o melhor a ser feito é voltarmos a ser somente amigas, será que isso é realmente possível?
Não sei se para alguma das duas pode doer menos afinal quem vai leva a saudade e quem fica tem a companhia das lembranças Casamento desfeito não tem pra onde correr é ruim e fim
Decidimos ficar morando juntas por um tempo até organizar tudo, além do que tem o FILHOTE envolvido e por obrigação temos que ser maduras e equilibradas para passar tudo isso a ele, principalmente porque quando chegar o dia do adeus ELA irá retornar a Minas e não poderão se encontrar quando a saudade bater.
Ainda assim não tem um dia que acorde e não pense o quanto poderíamos ter sido mais isso, ou menos aquilo, para que essa relação não tivesse fim. Desde a morte do pai dELA ficou complicado estar longe da família, posso compreender o ponto de vista dELA, afinal estamos numa cidade onde ELA além de não ter referência, temos que conviver com minha família recriminando a nossa relação. Então por que não ir embora? As nossas queixas poderiam resumir somente a isso, ai aiii como gostaria que fosse assim!!
Cometi tantas falhas, em pontos que considero imperdoáveis, talvez seja isso o que facilita a minha identificação da chegada do ponto final. Não tenho mais para onde correr, não tenho mais desculpas para tirar da cartola e nem declarações românticas para recitar enquanto me derramo em lágrimas, nas juras ELA não acredita mais e meus perdões ELA já cansou de ouvir. Tem toda razão de partir...
Gostaria tanto de ter um rumo novo pra dar a nós, um caminho que fosse feliz e harmonioso como havia sonhado um dia. Vê-la caminhar pela casa, falar, sorrir e me contentar em somente conversar com ela. Dormir ao seu lado sem toca-la e ama-la como meu ser por inteiro deseja é extremamente frustrante. Agora o que não controlei do meu ciúmes tenho que dosar na marra, o que me desesperei por não saber onde andava e com quem estava tenho que enfrentar calada, tantos alertas recebi e me fiz de surda.
♥ Vou respirar fundo para pegar fôlego e seguir, o caminho é longo e sigo sozinha